segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tem horas que tudo é tão distante do mundo ótimo. Seus sonhos parecem longe, as respostas demoram a chegar, o arrependimento não é o bastante e a coragem está fazendo você repensar sua vida de uma vez só. Cometi algum erro? Quando vou poder voltar a sorrir? Será mesmo que Tom Jobim estava certo quando disse “tristeza não tem fim felicidade sim”? Você não pode acreditar nisso. Ah, não. Que vontade de chorar. Queria tantos acontecimentos diferentes que se sente ridícula, incapaz e no tão imundo fundo do poço chora horas. Chora desde que tudo desabou, chora por incredulidade, por se sentir a pessoa mais só de todas, não poder sair do lugar, sentir vontade de viver trancada para sempre em algum endereço que ninguém mais a encontre.

O certo seria levantar a cabeça, dominar a tristeza, mas só consegue pensar em quantas lágrimas cabem em um olhar. Seus olhos cansados só lamentam, pensam, tentam, choram, não conseguem, choram novamente, imploram que o tempo passe mais rápido do que o normal. Um ano depois, dois anos depois… Nada. Só passou meia hora.

Logo estará bem, diz quem está com a vida ótima. A mulher na revista só conta as coisas boas. O cantor gargalha e você nem lembra mais como os músculos da boca fazem para realizar aquele movimento. Fácil falar quando o furacão não é deles. Isso nunca vai acabar. Pensa que os olhos ficarão assim para sempre, feios, caídos, impressionados com sua própria imagem. Mais lágrimas caem. Uma dor chata no peito, na alma. O telefone não toca. Seus amigos estão muito ocupados com suas próprias felicidades. A TV ligada distrai um pouco, o livro de Christine M. com uma linda história de amor é uma graça e ajuda a se sentir um pouco mais leve. O ar condicionado, pelo menos, está ligado. Quando dorme, o tempo passa e é a única forma de passar por isso sem queimar neurônios.

Quanto tempo vai durar? Não existem respostas, quando tudo que se quer são respostas. Aí chegam lembranças da pessoa que é, do que sonhou até ali, de como precisa ser forte, da vontade que ainda tem de viver, de sorrir e seguir. Dentro do corpo uma humilde faísca de vontade não deixa morrer os pensamentos bons. Está triste. Assumidamente triste. Por enquanto a única distração é contar quantas lágrimas caem do olhar. Que a sensação de inverno vire verão e tudo se confunda em um novo ótimo mundo.




Texto de Tammy Luciano 

domingo, 22 de setembro de 2013

Ah se os homens soubessem...



Ah se os homens soubessem…

Que muitas vezes uma palavra de carinho tem mais significado e valor do que uma jóia.
Que abrir a porta do carro, puxar a cadeira e todas as outras gentilezas são poderosos afrodisíacos. Quase tanto quanto os elogios ( esses são imbatíveis).
Que saber escutar e ter bom humor são grandes diferenciais competitivos....

Que responder e-mails e mensagens são outros maiores ainda! De madrugada então, uau!
Que segurança para mulher é sinônimo de apoio e não de força bruta.
Que ficamos esperando quando combinam com a gente. Que “combinado é combinado”!
Que ficamos tristes quando não aparecem demos superar isso quase que instantaneamente.
Que gostamos de bilhetes, surpresas e presentes sem motivo. E que lembrar do aniversário é fundamental.
Que acreditamos neles mesmo quando a história da carochinha é a mesma para todas.
Que a gente finge que acredita e que somos ótimas nisso.
Que sabemos muito bem nos vingarmos quando queremos –mas já aprendemos que é bobagem – ou quando fazemos, fazemos bem feito.
Que (ao contrário deles) pensamos neles várias vezes ao dia, mesmo durante tarefas de extremo prazer – como fazer as unhas – por exemplo.
Que quando dizemos ”não tem problema”, “está tudo bem” ou “esquece” , no fundo estamos muito magoadas.
Que pra gente amizade é tão importante quanto – ou mais – que sexo.
Que apreciamos mais o respeito do que a fidelidade. Não que fidelidade não seja importante, mas, aqui entre nós, respeito é tudo, né?
Que dizemos “sim” quando queremos dizer “não” e vice-versa ( uma loucura isso, eu sei!)
Que assim como sobre os nossos filhos e família, só nós podemos falar das amigas.
Que amigas são como ondas, vem e vão, mas gostamos delas mesmo assim.
Que às vezes, muitas vezes, fingimos de boba para evitar a fadiga… mas que isso não quer dizer que esquecemos.
Que conseguimos perdoar e até esquecer, mas só uma vez.
Que, como eles, temos vontade de fazer sexo .
Que 5 minutos para ficar pronta pode significar uma hora (dependendo do humor até mais).
Que gostamos das coisas arrumadas, mas que arrumá-las é um saco!
Que deixar de comprar um objeto de desejo na cabeça feminina significa “economia”.

E por último, que ser um bom pai – casado, separado, solteiro, viúvo, adotivo, emprestado, ou seja lá como for – é a coisa mais linda do mundo! E que faz tudo isso aí em cima ficar tão pequeno, mas tão pequeno que até me arrependi de ter escrito.
Afinal de contas, não há dinheiro, nem carro, nem cartão de crédito,educação, roupas, jóias, casas, viagens, loucuras, paixão ou sexo (não que eu dispense tudo isso) que possam encantar tanto uma mulher quanto um pai responsável, cuidadoso, paciente, presente e amoroso com as suas crias.
Definitivamente isso é apaixonante!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pessoa Especial...

Sempre procuramos uma pessoa especial que nos liberte de uma solidão vigiada... O prazer de olhar nos teus olhos, a vontade de tocar em você, sentir teu coração.  O teu corpo, teus lábios me fazem delirar, como tenho esse desejo...
Pois é, coisas do destino... te vejo mais não posso te tocar. Te vejo falar, escuto tua voz, não vejo teus lábios... estou com você mais ainda me sinto sozinha. Como as coisas nessa vida são ingratas. O que me conforma é que tem uma pessoa a tão poucos quilômetros de mim que compartilha comigo esse desejo... Esse fogo que quando estamos aqui, parece que no final do dia vamos nos encontrar... Pura ilusão, gostosa ilusão... Você continua aí, e eu aqui. Aumenta a agonia e o desejo... eu sou assim: intensa, boba, mulher feliz com sonhos e defeitos com um pouco de qualidade...
Adoro você!!!

sábado, 7 de setembro de 2013

Texto excelente do meu pensante, e por isto querido e eterno, professor de História Moacir Gama Junior. Não sei vocês, mas, não só no dia 7 de setembro, mas em quase todos os dias, me pergunto, angustiada, onde está o sol da liberdade em raios fúlgidos e a paz do futuro e a glória do passado que o hino nacional tanto fala a respeito disto que chamamos de nação. Num embrulhado de sentimentos negativos que teimam em permanecer em mim (claro, porque não se vê mudança positiva significativa alguma na conjuntura política nacional- sai mandato, entra mandato e continuamos na mesma m****), me deparo com esse texto que "traduz" todos os meus sentimentos a respeito do tema. No fim das contas, nenhum consolo e a pergunta permanece: Independência?

"Ontem, minha filha comentou e perguntou sobre a independência do Brasil, 7 anos de idade, 2º ano infantil, o que responder? Tarefa difícil para um professor de História. O que falar desse sentimento histórico barato, manipulado, escarro de um processo histórico grotesco? De grandes privilegiados e abastados, de um país elitizado, superficial e estereotipado. Que independência realmente nasceu de um acordo de gabinete entre elites locais, governo português e inglês com total exclusão popular? Como enaltecer conceito de nação, sentimento patriótico, conceito de povo, se somos apenas público de uma coisa pública que não funciona? Deixemos de lado os factóides e mergulhemos no escancaramento da história, pois o 7 de setembro de José Bonifácio não pode se perpetuar como algo incrível, digno de reverência, de mudança e conquista, o que realmente conquistamos? Companheiro, saia de sua bolha e olhe a sua volta, recolha-se a sua insignificância em aceitar tamanha fraude aos filhos da pátria mãe gentil. Um país Edenizado por Cabral e Caminha que, de Paraíso se perpetuou em capitanias hereditárias urbanas, tão díspares quanto antes, mas cantadas nos desfiles patrióticos. O que Márcio Moreira quis boicotar? O que o jovem D.Pedro I, sujo de fezes, inebriado pela farra, cuspido pelas cortes inglesas e portuguesas realmente gritou? Ele realmente gritou? O ultraje das penitenciárias, dos hospitais e das escolas, eles não ouviram, mas querem que eles ouçam, hoje, o brado retumbante? Poupe-nos de tamanha vulgaridade, são nas meias e cuecas, nos paraísos fiscais, nos empresários favorecidos pelo setor público, nos partidos sórdidos, na alta concentração de riquezas e na lógica do ter e não do ser, que este país deve ser cantado, cantemos o esquema PC, o funding-loan, o esquema oligárquico, o paternalismo, o populismo, o Macarthismo, o Mec-usaid, o bolo do milagre econômico, a SUNAB de Sarney, o impeachment de Collor, as privatizações e as políticas sociais de FHC, Lula e Dilma, tudo escorrendo como Whisky 513 anos dos rios do congresso, numa festa só compreendida na microfísica do poder de Foucault. E o sol da liberdade serve a quem? Como explicar para minha filha?"
 
Cadica